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quinta-feira, 3 de maio de 2018

Na Política vale tudo

Vale mesmo. E desengane-se quem pensa que não. Ataques pessoais são permitidos. O caso mais recente e simbólico que me recordo é o da armadilha que o Governo estava a preparar para uma eventual vitória de Santana Lopes - e bem. A política não é para meninos. E compreendo, não expondo a minha concordância ou rejeição, apenas compreendendo, que o Partido Socialista esteja a lutar pelo segmento mais conservador da sociedade, juntando-se a esta onda de indignações sobre os casos de Manuel Pinho e José Sócrates. Só que sem rigor nenhum. Primeiro, confundem Manuel Germano com género humano, não distanciando a operação marquês ao saco azul do Ges. Fernando Medina demonstra como a urgência ou a pressa são inimigas da perfeição: "Manuel Pinho tem de ir ao parlamento e, de uma vez por todas, dizer se recebeu, ou não, dinheiro da EDP enquanto ministro". Manuel Pinho não vai ao parlamento nesse âmbito. E mesmo que tenha perfeita consciência que é criminoso, nunca o iria admitir no parlamento. Isto parece-me básico. Há uma defesa e diligências a serem preparadas por parte da sua defesa; já Carlos César, o príncipe da moral, sente-se enraivecido. A sua indignação é exactamente da mesma natureza daquela que "as massas" se indignaram pelo seu chico-espertismo, ao acumular abonos com as suas viagens. Sente-se enraivecido por se aproveitarem do PS. 
O PS que até aqui estava a gerir bem estes casos, com comoção, agiu cegamente, como se aturdido pela reacção de Rio. Conseguiu dissimular os ataques ao Estado de Direito que a Sic e o CM fizeram. De um momento para o outro, todo o espectáculo que nos proporcionaram tornou-se anódino, compreensível e útil.
Percebo que seja para agradar o eleitorado. Mas parece-me que foi uma péssima jogada.

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