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segunda-feira, 9 de julho de 2018

Mário Soares no Panteão

Penso que os restos mortais das personalidades que possam ser transladadas para o Panteão nacional  -justamente- o devam ser após duas gerações. De maneira a que seja uma geração futura, que não guarda memórias, a fazer o julgamento da importância do contributo da pessoa em questão. E com Mário Soares a mesma coisa. A memória e as recordações enganam-nos e mentem-nos. Adaptam-se a nós e às nossas vivências. Reviver as alegrias (comuns), os entusiasmos, os amores, como se tudo fosse intemporal e infindo para uma geração é desconhecer o verdadeiro peso da nostalgia. As memórias manipulam a realidade. Muitas vezes ouvimos frases como "antigamente é que era bom...". Antigamente, pois, quando éramos jovens e tudo parecia informe, os sonhos e a vida. O passado impõe-se e as lembranças de ontem pesam mais que a realidade do momento. "A moldura substitui-se ao quadro". E serão os feitos de Mário Soares, indeléveis, impossíveis de esconjurar, que ficarão para sempre, e serão as gerações futuras que, cientificamente, irão reconhece-los. 
Daqui a cinquenta anos, concordo que se deva entrelaçar os seus restos mortais no Panteão nacional.
Cristiano Ronaldo é o único português vivo que pode enfatuar-se por ir para o Panteão quando morrer.

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